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Blog Pessoal

domingo, 30 de dezembro de 2012

A Vida e a Morte


Não tem como não reconhecer a linha tênue, entre esses dois mistérios. 
No caminho do cortejo, o estado de solitude me tomou - quem me dera se tivesse apenas me tomado.. ele me invadiu, sem me preparar. O clima era denso, tanto no seu sentido abstrato quando em seu sentido físico. Parecia uma eternidade, minutos, segundos.. intermináveis. Na mente, mil coisas passavam-se, centenas de perguntas criavam-se.. não, não somente pelo presente acontecido, mas decorrente da soma de fatores de anos, mas principalmente do ano de 2012 - o ano apresentado a mim em forma de conquistas, descobertas, decepções, alegrias, encontros, reencontros, pesares, dores silenciosas, gritantes, frenéticas e intermináveis. Aahh... quantos sentimentos, positivos e negativos contidos cá dentro, acumulados e amenizados por mim a cada novo dia que se seguiu, ilusoriamente amenizados. Entretanto, naquele momento a realidade me tomou, acordei pra vida.. mas ora? Eu já estava acordada, minha vida até aquele momento foi viver a realidade de viver. Então, de que forma eu acordara? Simples.. acordei com outros olhos, olhei de uma outra perspectiva tudo, mais nua e crua.. sem maquiagem ou efeito criado por mim mesma. Olhei em volta e um olhar acolhedor não tinha, um abraço ou compreensão de tudo o que eu estava sentindo. Havia culpa, havia angústia, pesar, dúvida, desamparo.. mas o que sempre me acompanhou, sempre, não tinha.. a esperança. Um olhar positivo em meio a tudo, naquele momento a esperança se transformara e direcionava-se para outros enfoques, se perdendo entre os que eu mais queria.
Por fim, aquele dia acabou. Aquele clima ficou mais leve e a minha alma pode respirar com mais tranquilidade, pois me lembrei do rosto dele, de tranquilidade no momento do adeus, dentro daquele lugar. Sua lição ele havia deixado, seus princípios, valores.. tudo, foi repassado com sucesso. Contudo, agradeço pelo estado de solitude que ele, entre outras coisas e pessoas me fizeram vivenciar, onde até agora, está me acompanhando.
Vida e morte.. em um, um ciclo de mistérios e descobertas se abre, no outro, ele se fecha. Não creio que exista um contador imaginário em cima de nossas cabeças, pré-determinando um dia e hora exata de morrer, somos senhores de nossas escolhas e responsáveis por elas, em alguns momentos não existem escolhas, apenas fatos imprevisíveis. Portanto, devemos deixar as pessoas que amamos sempre que possível, com belas palavras, de verdadeiros sentimentos.. não perdendo tempo com mágoas, claro, não deixando de valorizar e entender a dor de cada um, se ela existir, para que então venhamos nos curar a tempo, antes que seja tarde demais.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Prisões nossas de cada dia


Mesmo sem falar, mesmo não escrevendo.. sinto-me julgada, incompreendida. Pois o calar para muitos, também incita jugamento. O martírio em relação à isso deixou-me de acompanhar, se perdeu no caminho, do contrário teria deixado até mesmo de desatinar.
Sempre tive em mente que nos pensamentos, ao menos nos pensamentos.. podíamos ser livres. Hoje, vejo que nem neles. Vejo nitidamente a prisão mental que nos cerca, a núvem densa que paira sobre nossa mente. Então, pergunto-me: onde está a liberdade? Onde podemos regozijar dela? Onde? Quando? Como podemos ser livres.. livres de culpa, julgamentos, hostilidade e dor? Outrora havia encontrado o tão sonhado porto seguro.. em mim mesmo. No meu Eu, minha mente, minha alma.. porém, como pode ser esse o meu porto seguro, se é ele o santuário disso tudo?
Após uma procura frenética psíquica, por compreensão e acolhimento.. desaguo às margens da realidade, esperando ansionamente por mudanças, no meu meio interno e externo. Como diria Heráclito: "a única coisa permanente é a mudança. A nossa experiência sensorial percebe o mundo como se tudo fosse estável e permanente, mas o pensamento sabe que nada permanece." E mesmo dispersa, não tendo idéia de quando e como essa mudança pode se dar, me reconforto, refreio e busco.. cansavelmente.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Porto seguro inexplorado


E o frio me acolhe como nunca antes acolhera. Sim, ele me acolhe.
Procuramos tanto um porto seguro, tanto.. nem que seja inconscientemente, para repetidas vezes a vida nos ensinar sem cuidados psicológicos, que o maior porto seguro, profundamente nosso, não está longe dos nossos olhos, do nosso espírito, corpo e mente. Ele está cá dentro, de braços abertos para nos receber, sem nos julgar. E por mais que julgasse, ao menos teria direito sobre, propriedade para falar algo.
O maior porto seguro está em nós, sempre esperando.. para ser explorado. Intrinsecamente por mim, por você.
Nossa alma clama por atenção, por cuidados.. porém em nosso cotidiano, optamos por negligenciá-la. Assim.. como se não houvesse consequência alguma, devastadora interna.
Porto seguro, porto este que nos ensina mesmo quando não queremos aprender, que nos fala.. mesmo quando não queremos ouvir.
Até quando iremos desviar deste porto? Quantas vezes ainda iremos desviar? Mesmo vendo que outros caminhos não nos levaram a lugar algum, à cura alguma?
Independente do tempo, este fato continuará a existir.. a existir ai, a existir aqui.